quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Validação e Ciúmes

Jogo Emocional – Validação, ciúmes, medo da perda, mulher fazendo o que quer sem consultar o marido

Não irei falar muito aqui, tanto porque o relato fala por si mesmo. A maturidade de um individuo afeta toda uma família. Eu vi neste relato, forte pressão emocional por parte da mulher, e em consequência uma busca por ‘ar’ (saindo sozinho com os amigos, que pode significar qualquer coisa, principalmente quando ele a proíbe de ir juntos (ciúmes delas a mil)). Bem o relato fala por si mesmo, e será percebido que a maturidade da mulher é muito baixa.

Diversas vezes ela demonstra jogos emocionais como o ‘jogar na cara do marido’ do qual ela utiliza palavras como ‘nunca sai comigo’ (o que é um total exagero e desespero de validação). Em consequências desses atos ruins um atrás do outro, de chateação uma atrás da outra, a mulher DEVE perder seu relacionamento. Ela mesma, irá dizer que o afastou, brigavam muito, ficavam sem sexo.

Acredito que é óbvio onde isso vai levar: AO TERMINO.

A maturidade de ambos, principalmente da mulher, ferrou com um casamento de 11 anos. Quando duas pessoas com pouca maturidade querem ficar juntos, raramente isso dá certo.

Sem mais demora vamos ao relato: (minha opinião em off é que, mesmo não desejando o mal para alguém, espero que essa mulher tenha perdido o relacionamento dela)

Ando desde há algum tempo à procura de ajuda, por vezes penso que exagero (já cheguei a "consultar" tarot, mas que não foi nada positivo para o meu problema e que por isso ainda aumentou a minha preocupação). Estou casada há cerca de 11 anos e deste casamento temos dois filhos. Durante o namoro saímos muito, ele estava sempre a oferecer-me presentes, parecia não querer separar-se de mim.

Com o casamento a situação alterou-se. Passou a sair sozinho com os amigos (em média 2 vezes por mês entre aniversários e festas.). No início ainda lhe pedia para ir com ele e ele justificava o facto de não o acompanhar dizendo que eram só colegas e que eu não me iria sentir bem. Isto aconteceu algumas vezes até que a dada altura me cansei de me chatear com isso. No entanto, nunca perdia a oportunidade, em altura de discussões, de lhe "atirar" isto à cara, dizendo-lhe que só saía com os amigos e com a esposa nunca se dava ao trabalho de sair. Nunca mais fomos a uma discoteca ou ao cinema juntos.

Com o nascimento dos filhos a minha atenção virou-se mais para eles, até porque o meu marido sempre foi um pai ausente, por motivos profissionais, e quando podia estar com eles arranjava sempre algo para fazer (chegou a confessar que por vezes vinha mais tarde para casa - quando já estava tudo a dormir - para não se chatear). Em público nunca foi pessoa de muitos afectos (salvo durante o namoro), mas em casa a situação alterava-se. Confesso que no início, e como eu não estava habituada, o reprimi um bocado, o que originou um certo afastamento. No início do casamento os problemas surgiram mas devido à proximidade dos pais dele. A minha sogra sempre se meteu muito na nossa vida, mais comigo do que com o filho, pois ele não lhe dava muita importância. Ela queria assegurar-se de que o filho não sairia das asas dela.

Alguns anos após o casamento consegui convencê-lo a comprarmos casa. Felizmente para mim, o meu marido sempre separou muito bem as "águas" mostrando à mãe que eu sou mulher dele e mãe dos seus netos e que por isso "mando" mais do que ela. Estas divergências acabaram também por influenciar os primeiros anos de casamento e não são raras as discussões que não acabem a falarmos das nossas famílias, o que acaba por magoar-nos. O casamento foi-se mantendo com algumas crises ultrapassadas com maior ou menor dificuldade. O maior problema surgiu quando eu tive a possibilidade de ingressar numa carreira que me dava mais motivação, mais dinheiro, mais realização profissional.

No início foi mais fácil pois fiquei por casa. Passados cerca de 3 anos tive que me deslocar (por causa deste trabalho) para mais de 300 Kms de casa, na perspectiva de que após 3 ou 4 anos regressasse a casa. Durante estes primeiros anos falámos da possibilidade de ele ir comigo, situação a que não se opôs. Também não lhe ocultei o facto de querer levar os filhos comigo. Os problemas começaram a agudizar-se logo 1 mês depois de começar a ausentar-me durante a semana (aos fins-de-semana sempre fui a casa, quando os nossos filhos estavam doentes era eu quem os levava ao médico, era eu que falava com a professora - apesar de distante fisicamente sempre estive muito próxima deles). Ele disse que não sabia se iria aguentar a situação, pois iríamos perder muito como casal, que tinha medo de não me conseguir perdoar por lhe ter desfeito um sonho e pensando no dia em que os filhos iriam comigo seria muito pior. Realmente, ele chamou-me a atenção para o que está a suceder agora.

Durante o ano passado as nossas conversas acabavam quase sempre em discussão, no entanto, a nossa intimidade sempre esteve salvaguardada. Confesso que não é nada fácil lidar com esta situação, pois os ciúmes acabam por ser muito maiores, e quando nos vêm dizer que o nosso marido anda envolvido com outra, apesar de nunca terem visto nada (pois apenas tomavam café, fumavam juntos e iam às festas de trabalho juntos), o certo é que me fez vacilar. Confrontei-o com esta situação e ele sempre menegou este envolvimento, mas o certo é que depois da ida dos nossos filhos para junto de mim ele tornou-se mais distante.

Já há muito não o ouço dizer que me ama, que ainda gosta de mim, e esta incerteza tem-me minado por dentro. Há cerca de 2/3 meses começámos a dialogar normalmente. Ele diz-me que sabe que está a fazer-me sofrer, que inconscientemente me culpa pela distância, mas que conscientemente sabe que eu fiz a melhor opção e me irá apoiar sempre nesta minha decisão de mudar de vida. Inicialmente ainda se colocou a hipótese de ele deslocar-se também para onde estou a trabalhar, mas depressa abandonou essa hipótese e neste momento, não quer falar sobre esta situação.

 Tenho lido e falado com algumas pessoas que me tentaram ver a situação pelos dois pontos de vista. Sempre lhe disse que compreendia e aceitava o que ele estava a passar, mas que estava já a chegar ao meu limite, pois quando fala comigo é sempre com "sete pedras na mão". Já há muito que não tem um carinho para comigo, apesar de demonstrar preocupação. O problema, penso eu, é que não se consegue abstrair da ausência dos filhos, e ao fim-de-semana "vive" para os filhos e não quer saber de mim.
Diz-me que eu também mudei, pois estou muito mais exigente na forma como nós estamos do que anteriormente. Já lhe justifiquei que mudei, mudei sim, pois as saudades durante a semana são tantas que ao fim-de-semana tento conjugar todas as forças para investir na relação e na família. Há um tempo atrás pediu-me mais espaço, pois eu queria sempre a sua atenção, não o deixando estar sozinho com os filhos.

 Entendi a situação e agora estou a dar-lhe mais espaço. Tudo isto para enquadrar o problema. Agora fala em separação. Diz-me que não sabe se consegue ultrapassar esta fase, que está a ser muito difícil para ele, que sabe que me magoa, mas não consegue agir de outro modo e que se soubesse que seríamos todos muito mais felizes separados não tinha dúvidas nenhumas. Não o consigo fazer abrir-se para mim.

Já o questionei se ainda gostava de mim o suficiente para tentar recuperar o que ainda pode ser recuperado e ele responde-me que não sabe se será já tarde de mais. Já ponderei a hipótese de os nossos filhos regressarem para junto do meu marido, pois eu aguentei muito melhor a separação do que ele, mas ele diz-me que neste momento não tem tempo para eles (pois a sua vida profissional não lhe permite). O discurso dele, por vezes, é contraditório. Já tentei que ele aceitasse a ida a uma consulta de terapia conjugal, mas ele recusa-se. Neste momento, estou a tentar dar-lhe espaço mas por vezes sinto-me colocada de lado, pois acho que os filhos têm todo o direito de estar com os dois pais ao mesmo tempo. Ele muito dificilmente se abre comigo (é o problema de os homens falarem dos seus próprios sentimentos?!...). 

Tenho-lhe dito constantemente que o amo, que quero lutar pelo casamento, pois acho que ainda há muito que fazer, mas não consigo obter nenhuma resposta da parte dele. Eu sei que ele está magoado comigo e com o mundo, que ainda não aceitou a nossa separação física, a separação dos filhos, que a cabeça dele também ainda não encontrou qualquer resposta. Sei que ele está muito confuso. Gostaria de o ajudar, já tentámos conversar para encontrar alguma solução mas nunca conseguimos. Já não sei o que fazer. O que posso fazer para o ajudar a superar esta situação e ajudá-lo a descobrir o que quer para a sua vida, para a vida dos filhos e para a nossa vida?

Catarina

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